Os gênios, ou os trabalhadores muito acima da média, são bastante desejados porque fazem uma empresa mais competitiva. Visão clarividente, análise iluminada ou criatividade exuberante podem destacar a organização no mercado com um posicionamento diferenciado, gerar produtos e serviços inovadores, abrir novos nichos de mercado, entre outros avanços.

Mas como definir um gênio? O grego Aristóteles o fez de forma provocativa: “Em todo gênio há um toque de loucura”. A explicação foi reelaborada séculos depois pelo filósofo alemão Arthur Schopenhauer, que dizia que enquanto lutamos por metas desafiadoras, o gênio busca metas que sequer tínhamos visto. Ou seja, o gênio tende a pensar e agir de forma diferente. Isso quer dizer que o gênio também exige tratamento diferente, para que se sinta bem e continue “normal”, ou seja, mantenha-se genial.

E pode ter certeza: ter um gênio dentro de casa vai provocar reações nem sempre positivas nas outras pessoas. Muitos tentarão competir com o ele, por exemplo, e esse confronto pode criar situações destrutivas, que desgastam relações profissionais e desestabilizam o poder criativo do gênio. Outro ponto é a inveja, o mais sutil e venenoso dos pecados capitais.

Para combater esses males, o professor da FGV Management, Luciano Salamacha, que é especialista em gestão de pessoas e em neurociência aplicada aos negócios, sugere que todo gestor que tenha sob sua liderança um trabalhador genial tome dois cuidados essenciais.

Primeiro cuidado: blindar a competição, garantindo ao gênio seu espaço de “genialidade”, mas agir sobre seus pontos fracos. Se for uma pessoa socialmente esquisita, que possa gerar problemas de relacionamento na equipe, o gênio precisa ser ajudado por meio do coaching. Segundo cuidado: mostrar e provar, constantemente e a todos, que sem o trabalho de equipe uma ideia genial não se transforma em produto ou serviço e não gera valor para a organização.

Jeffrey A. Tucker, membro honorário do “think tank” liberal Mises Brazil, diz que o gênio não vai ser sempre genial, ele será genial na média de seu trabalho. Traduzindo, não vai acertar sempre. Um pensamento em linha com a definição prática do inventor Thomas Edison, que alertava que o gênio é “um por cento inspiração e 99% transpiração”. Ou, como disse o ex-presidente americano Calvin Coolidge, “nada no mundo supera o lugar da persistência.” Ou seja, o gênio também precisa de espaço para errar.

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