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Se você nunca pensou sobre o impacto da depressão no mundo do trabalho, considere estes números. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 17 milhões de brasileiros sofrem desse mal (ou 8,3% da população do país). E como a depressão atinge majoritariamente a população adulta, é possível que entre os empregados de sua empresa existam vítimas desse mal. E a coisa vai piorar: a OMS prevê que até 2020 a depressão será a doença mais incapacitante em todo o mundo. Sua empresa vai ficar de fora?

Um transtorno mental afetivo ou doença psiquiátrica, a depressão se caracteriza pela tristeza profunda, apatia, desconcentração, lentidão de raciocínio, irritabilidade e outros sintomas negativos. A pessoa deprimida não consegue realizar atividades corriqueiras de forma regular. Os sintomas de um colaborador deprimido são muitos: desistência diante de desafios ou problemas, retração social, passividade, desleixo, procrastinação, perda de eficácia e de eficiência, frustração constante, baixa autoestima. E ao perder o gosto pelo que faz, pode tornar-se um membro de equipe dispersivo ou desagregador.

Mas o trabalho causa depressão? Se o colaborador tem predisposição para a depressão, algumas circunstâncias podem provocar o mal. Exemplos: se a pessoa tem perfil executor e trabalha como analista; se há desconforto ético devido ao desalinhamento entre os valores da empresa e seus valores pessoais; se tiver que interagir com pessoas de personalidades ou estilos de trabalho muito diferentes; se houver forte desequilíbrio entre trabalho e vida pessoal; se for um extrovertido em ambiente de pouca interação ou um introvertido em ambiente sem nenhuma privacidade.

Outros fatores que podem contribuir para a depressão são exigências e metas não razoáveis ​​a cumprir; orientação pouco clara no trabalho; práticas processuais ruins, com falta de comunicação, prazos perdidos; intimidação ou bullying; baixa moral coletiva; condições de trabalho precárias, entre outras.

E qual o papel do RH nesse cenário? Ele pode ajudar se assumir a liderança na escuta dos colaboradores para antever problemas e oferecer soluções preventivas. É o papel do “employee champion”, conforme define Dave Ulrich em sua obra “Human Resources Champions”, cuja melhor tradução para o português seria “Intérprete das Necessidades dos Funcionários”. Estudos de clima, exames psicológicos, atenção ao ambiente dentro de equipes e identificação de singularidades podem ser caminhos de prevenção.

Quem deve começar a se mexer, neste caso? Todo mundo. Mas se estatísticas são guias seguros, a Associação Nacional da Medicina do Trabalho (ANMT) publicou artigo sobre as 10 carreiras que mais causam depressão, citando como fonte a revista americana Health: enfermeiras, profissionais da saúde e cuidadoras de crianças; garçons; assistentes sociais; artistas; escritores e professores.

Interessado? Confira artigo publicado no site da ANMT com as 10 profissões mais estressantes: https://goo.gl/m1s4e4  

Boa leitura.